Negociar dívidas: descubra como sair do vermelho

Pessoas analisando como negociar dívidas

A capacidade de negociar dívidas é uma necessidade do brasileiro. O número de famílias endividadas e inadimplentes é crescente, podendo ser difícil descobrir a melhor estratégia para sair da situação.

Antes de entender como fazer isso, vale a pena conhecer o contexto de endividamento do Brasil. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), de cada 10 famílias, praticamente 8 estão com dívidas.

O cenário apresentado foi gerado pela pandemia do coronavírus, com produtos de preços elevados e salários incompatíveis.

Se você está passando por isso, saiba que existe esperança com as técnicas corretas para negociar dívidas e sair do vermelho. Acompanhe o conteúdo!

Como definir uma estratégia para negociar dívidas?

Negociar dívidas depende de uma estratégia estruturada. Muita gente fica envergonhada e aceita a primeira oferta do credor, destruindo as possibilidades de um bom negócio. De nada adianta parcelar os débitos em aberto, se não conseguir pagar as prestações.

Planejar e organizar as finanças é a melhor saída. Saber quanto você pode gastar mensalmente e qual é o percentual da sua renda a ser comprometido é o primeiro passo para definir uma estratégia de sucesso. É recomendável evitar que mais de 30% do salário seja voltado para pagamentos de dívidas.

Como saber se você está no caminho certo? Faça as seguintes perguntas:

  • Qual é o valor total da dívida?
  • Qual é a taxa de juros aplicada, em caso de parcelamento?
  • Qual é o Custo Efetivo Total (CET), incluindo juros e outros encargos?
  • Quanto ficaria a dívida total, se for paga à vista?
  • Qual seria o desconto em percentual sobre a dívida total?
  • Quanto é possível pagar à vista e/ou por mês?
  • Vale a pena antecipar parcelas?

A última pergunta é válida para empréstimos e financiamentos, pois quando você paga uma prestação antecipadamente, o credor recalcula os juros, diminuindo o valor.

Assim, você pode se organizar para pagar o valor mensal e adiantar o último mês em aberto. Em caso de dívidas de alto valor, pode ser uma boa estratégia para quitar o montante antes do prazo, pagando menos.

É preciso entender que não existe uma fórmula única, mas a regra é negociar as dívidas para quitá-las à vista, com um bom desconto.

Caso seja impossível, verifique os juros e o CET, negociando a oferta. Antes de fechar negócio, verifique se a parcela compensa e se é compatível com o seu orçamento.

Se não for, busque trocar a dívida atual por outra de menor valor. Um empréstimo pessoal ou um financiamento de carro tendem a ter CET mais elevado do que um crédito consignado. Busque opções para uma boa negociação e considere todas as perguntas listadas.

Como quitar as dívidas?

Com um bom planejamento, o próximo passo é direcionar seu objetivo. Coloque em prática as recomendações a seguir.

Liste todas as pendências

Comece entendendo qual é sua situação atual. Relacione todas as dívidas, gastos e ganhos. Se necessário, faça um acompanhamento por uma semana ou um mês da sua vida financeira.

Crie uma planilha de orçamento mensal

Utilize um aplicativo de controle financeiro ou crie uma planilha para anotar gastos e ganhos. Não precisa ter um design profissional, basta ter uma visão completa de todo o dinheiro que entra e sai da sua conta.

É importante categorizar os custos, classificando como desejar. Pode incluir:

  • alimentação;
  • lazer;
  • moradia;
  • transporte;
  • estudos.

É possível utilizar o método ABCD, dividindo as despesas da seguinte forma: 

  • A – alimentação: inclui as compras no supermercado que são indispensáveis;
  • B – contas básicas: abrange os gastos que você não pode ignorar. É o caso de aluguel, contas de luz e água;
  • C – contornável: são os luxos, despesas úteis, mas supérfluas, como streaming, roupas novas e passeios. Gastos que devem ser revistos em crises;
  • D – desnecessário: são os gastos de produtos e serviços que não são mais utilizados. É o caso da academia para quem não vai com frequência.

Elabore uma lista com possíveis cortes de custos

Verifique o que é irrelevante para você ou itens que serão fáceis de eliminar. É uma decisão muito pessoal e o que vale para uma pessoa, não vale para outra.

É importante ser consciente. Negociar dívidas e sair do vermelho depende de uma mudança de estilo de vida. Assim, é fundamental sacrificar os tópicos que estejam ao seu alcance, com escolhas reais. Caso contrário, a tendência é que você desista no meio do caminho.

Pense em formas de conseguir uma renda extra

Uma forma de pagar todos os débitos em aberto é ter uma renda extra, utilizando ideias como:

  • vender o que você não usa mais;
  • fazer trabalhos extras para outras pessoas;
  • vender produtos na sua rua;
  • plataformas online;
  • alugar um quarto em casa.

Como evitar novas dívidas?

Após negociar as dívidas, é importante evitá-las. Veja como manter seu orçamento em dia.

Tenha uma planilha financeira atualizada

Utilize a planilha financeira criada na etapa anterior e mantenha os dados atualizados. Anote todos os gastos e ganhos, com todos os centavos, controlando os custos e economizando.

Vale a pena definir limites de gastos por categoria. Assim, você sabe o que pode comprar e se está chegando perto do teto.

Evite crédito fácil

Existem várias ofertas de crédito facilitadas no mercado, com propostas cativantes. No entanto, podem não ser as melhores opções.

Normalmente, empréstimos para negativados sem burocracia tendem a ter CET e juros elevados. Informe-se antes de contratar qualquer serviço ou valor.

Realize investimentos

Conforme paga suas dívidas, comece a poupar e a investir seu dinheiro. Uma boa dica é “pagar-se primeiro”. Ou seja, assim que o salário cair na conta, tire uma quantia para colocar em uma aplicação financeira.

Existem várias possibilidades, sendo uma delas o consórcio, uma forma de fazer o pagamento de uma “conta” e conquistar um bem ao finalizar. Assim, você constrói seu patrimônio.

Outra opção são os investimentos de renda fixa, alternativas interessantes para quem está começando a se educar financeiramente.

Tenha uma reserva de emergência

A recomendação final é usar os investimentos para criar uma reserva de emergência, guardando o dinheiro para usar somente em casos de imprevistos, como:

  • desemprego;
  • tratamento de saúde;
  • viagem inesperada;
  • roubo de um bem.

O ideal é evitar usar a reserva de emergência. Além disso, o dinheiro deve ser guardado em um investimento que você possa sacar a qualquer momento sem chance de perdas. A melhor dica para isso é o Tesouro Selic, um título público que você pode aplicar a partir de R$ 30,00.

Se preferir, você pode usar a poupança, mas ganhará menos. O que importa é não deixar o dinheiro parado.

Se quer saber quanto guardar como reserva de emergência, a recomendação da média é de 6 vezes o seu salário. Assim, se você ganhar R$ 2.000,00, comece a juntar para guardar R$ 12.000,00.

Seguindo nossas dicas, você conseguirá negociar dívidas e sair do vermelho, evitando outros problemas financeiros. Apesar dos preços elevados e salários incompatíveis, é possível criar estratégias inteligentes e ficar no verde.

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